O hipotireoidismo é uma condição em que a glândula tireoide não produz hormônios suficientes para atender às necessidades do corpo. Isso afeta diretamente o metabolismo, resultando em fadiga, ganho de peso, pele seca e outros sintomas que muitas vezes são confundidos com outras doenças.
Sumário
Apesar de ser bastante comum — especialmente entre as mulheres — o hipotireoidismo pode passar despercebido por muito tempo. Reconhecer os sinais e buscar o diagnóstico precoce é fundamental para iniciar o tratamento adequado e garantir qualidade de vida.
Vídeo explicativo sobre o hipotireoidismo:
O que é hipotireoidismo e como ele afeta o corpo
O hipotireoidismo é uma condição crônica em que a tireoide — uma pequena glândula localizada na parte frontal do pescoço — produz quantidades insuficientes dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). Esses hormônios são responsáveis por controlar o metabolismo e diversas funções vitais.
Quando há deficiência hormonal, o corpo entra em um estado de lentidão metabólica. O coração bate mais devagar, a digestão se torna mais lenta e até o funcionamento cerebral é prejudicado. A consequência é uma série de sintomas físicos e emocionais que afetam a rotina e o bem-estar.
Além disso, a falta de hormônios afeta a forma como o corpo utiliza energia, alterando processos celulares e reduzindo a capacidade do organismo de se autorregular.
Quais são os sintomas do hipotireoidismo mais comuns?
Os sintomas do hipotireoidismo variam de pessoa para pessoa, mas muitos deles são silenciosos ou aparecem de forma gradual. Por isso, é comum que a condição demore a ser diagnosticada.

No início, a pessoa pode sentir apenas um cansaço constante ou alterações de humor. Com o tempo, surgem outros sinais importantes, como:
- Ganho de peso inexplicável, mesmo sem mudança na alimentação
- Sensação de frio constante, mesmo em ambientes aquecidos
- Pele seca, áspera e sem brilho
- Queda de cabelo e unhas frágeis
- Constipação intestinal e digestão lenta
- Letargia mental, com dificuldade de concentração e memória fraca
- Tristeza ou episódios de depressão leve
- Batimentos cardíacos mais lentos e irregulares
- Irregularidade menstrual em mulheres
Todos esses sintomas estão ligados à queda na produção dos hormônios tireoidianos e podem afetar a vida pessoal e profissional do paciente.
Sintomas do hipotireoidismo na pele e outras manifestações físicas
A pele é um dos primeiros órgãos a demonstrar sinais de hipotireoidismo. A redução na produção hormonal afeta a renovação celular, deixando a pele com aparência envelhecida, sem elasticidade e ressecada. Em alguns casos, há descamação e até coloração amarelada, causada pelo acúmulo de betacaroteno.
Os cabelos também podem perder brilho, tornar-se finos e cair com mais facilidade. As unhas crescem mais lentamente, ficam frágeis e quebradiças. Há ainda o risco de retenção de líquidos, que causa inchaço no rosto e extremidades, principalmente ao acordar.
Com o passar do tempo, é comum que pacientes sintam dores musculares, fraqueza e lentidão para realizar tarefas simples do dia a dia. Essas alterações físicas são reflexos diretos da redução metabólica imposta pelo quadro de hipotireoidismo.
Hipotireoidismo subclínico: o que significa esse diagnóstico?
O hipotireoidismo subclínico é uma forma mais leve da doença e, muitas vezes, não apresenta sintomas visíveis. O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais que identificam níveis elevados de TSH, mesmo quando os hormônios T3 e T4 ainda estão dentro da normalidade.
Esse quadro indica que a glândula tireoide já apresenta sinais de falha, e o corpo começa a reagir aumentando a produção do TSH — o hormônio que estimula a tireoide.
Embora o paciente possa não perceber nada de anormal, o hipotireoidismo subclínico pode evoluir para uma forma mais severa, além de estar associado ao aumento do colesterol e a riscos cardiovasculares. O acompanhamento médico é essencial, e em alguns casos, o tratamento com levotiroxina já é indicado preventivamente.
👉 Para uma visão geral sobre os impactos hormonais no metabolismo, veja este conteúdo sobre desequilíbrio hormonal.
Hipotireoidismo engorda mesmo? Entenda a relação com o metabolismo
Sim, hipotireoidismo pode causar ganho de peso, mas não é a única explicação para isso. A redução dos hormônios tireoidianos diminui a velocidade com que o corpo queima calorias, resultando em um metabolismo mais lento.

Mesmo com uma dieta equilibrada, o corpo passa a acumular gordura mais facilmente, principalmente na região abdominal. Além disso, há uma tendência à retenção de líquidos, o que contribui para a sensação de inchaço e aumento de peso aparente.
A boa notícia é que, com o tratamento correto, é possível reverter esse quadro e restabelecer o equilíbrio hormonal, favorecendo a perda de peso e o retorno ao bem-estar físico.
Causas do hipotireoidismo: o que pode desencadear a doença?
Existem várias causas do hipotireoidismo, sendo a mais frequente a tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune em que o próprio corpo ataca a glândula tireoide.
Outras causas incluem:
- Deficiência de iodo, essencial para a produção dos hormônios T3 e T4
- Cirurgias na região da tireoide
- Radioterapia para tratamento do câncer
- Uso de certos medicamentos que afetam a função tireoidiana
- Fatores genéticos, como o hipotireoidismo congênito
Nos recém-nascidos, o teste do pezinho é fundamental para identificar precocemente a condição e evitar danos no desenvolvimento neurológico e físico do bebê.
Hipotireoidismo tem cura ou é para a vida toda?
Na maioria dos casos, o hipotireoidismo é uma condição crônica, ou seja, não tem cura definitiva. Isso acontece principalmente quando ele é causado por doenças autoimunes, como a tireoidite de Hashimoto.
O tratamento, porém, é simples e eficaz: consiste na reposição hormonal com levotiroxina, que substitui o hormônio que o corpo deixou de produzir. Com o acompanhamento médico adequado e a dose certa, o paciente pode levar uma vida completamente normal e saudável.
O segredo está no monitoramento frequente dos níveis de TSH e no ajuste da medicação, sempre que necessário.
Tratamento do hipotireoidismo: opções e cuidados importantes
O tratamento do hipotireoidismo é feito com a levotiroxina, um hormônio sintético que age da mesma forma que o T4 natural. A dose ideal varia de acordo com o peso, idade, sintomas e exames laboratoriais do paciente.

É importante tomar a medicação diariamente, em jejum, com água, e evitar a ingestão de alimentos ou suplementos que possam interferir na absorção da levotiroxina por pelo menos 30 minutos.
Além disso, o tratamento exige exames periódicos, normalmente a cada 3 a 6 meses, para avaliar os níveis de TSH e ajustar a dose se necessário.
Hipotireoidismo na gravidez: o que toda gestante deve saber
Durante a gestação, a glândula tireoide da mãe é responsável por fornecer os hormônios necessários para o desenvolvimento do bebê, especialmente no primeiro trimestre. O hipotireoidismo na gravidez pode aumentar o risco de complicações, como:
- Aborto espontâneo
- Pré-eclâmpsia
- Parto prematuro
- Baixo peso ao nascer
- Déficits no desenvolvimento neurológico do feto
Por isso, é essencial que gestantes realizem exames de tireoide no início da gravidez. Quando detectado, o tratamento do hipotireoidismo precisa ser iniciado imediatamente e monitorado com mais frequência durante toda a gestação.
Hipotireoidismo pode matar? Entenda os riscos e complicações
Embora o hipotireoidismo geralmente evolua de forma lenta e controlada, ele pode ser perigoso quando não tratado. Em casos raros, o quadro pode evoluir para o coma mixedematoso, uma condição grave com risco de morte. Os sintomas incluem hipotermia, confusão mental e perda de consciência.
Além disso, o desequilíbrio hormonal pode afetar o coração, aumentando os níveis de colesterol LDL e provocando arritmias ou insuficiência cardíaca.
Essas complicações reforçam a importância do diagnóstico precoce, tratamento regular e acompanhamento médico contínuo.
Hipotireoidismo e o CID: como essa condição é classificada?
O hipotireoidismo é classificado na CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) com o código E03. Essa codificação é usada em registros médicos e facilita o acompanhamento de estatísticas e pesquisas.

Dentro dessa categoria, há subtipos como:
- E03.0 – Hipotireoidismo congênito
- E03.5 – Hipotireoidismo pós-cirúrgico
- Outras subdivisões para causas específicas
O uso correto do código CID permite que os profissionais de saúde registrem e comuniquem o diagnóstico com clareza e consistência.
Considerações finais sobre o manejo do hipotireoidismo
Viver com hipotireoidismo requer atenção, mas não significa viver com limitações. Com um tratamento bem ajustado, é possível ter uma vida ativa, produtiva e saudável.
O mais importante é manter um relacionamento próximo com o médico, fazer os exames com regularidade e relatar qualquer alteração nos sintomas. Pequenos ajustes na dosagem da medicação podem fazer grande diferença na qualidade de vida.
Com cuidado e informação, é possível transformar o hipotireoidismo em apenas mais um aspecto da rotina — sem deixar que ele defina quem você é.
FAQ – Perguntas frequentes sobre hipotireoidismo
O que é hipotireoidismo?
É uma condição em que a tireoide produz hormônios insuficientes, afetando o metabolismo e várias funções do corpo.
Quais são os principais sintomas?
Fadiga, ganho de peso, sensação de frio, pele seca, queda de cabelo e dificuldade de concentração.
Hipotireoidismo tem cura?
Na maioria dos casos, não. Mas com tratamento adequado, os sintomas são controlados e o paciente vive normalmente.
Como é feito o diagnóstico?
Através de exames de sangue que medem os níveis de TSH, T3 e T4.
O hipotireoidismo pode afetar a gravidez?
Sim. Se não tratado, pode trazer riscos para a mãe e o bebê.
Qual é o tratamento do hipotireoidismo?
A reposição hormonal com levotiroxina, acompanhada de exames regulares para ajuste da dose.